GANGA-ZUMBA (O Grande Chefe) A história comete uma injustiça quando conta a saga do Quilombo dos Palmares.
Nela, Zumbi aparece como o grande e único personagem na luta contra o governo escravocrata. A verdade é que Palmares só foi
o que foi graças a Ganga-Zumba, o grande estadista do quilombo. Pouco se sabe dele. Era um negro africano alto e
forte que chegou a Palmares por volta de 1630. Nesta época, Palmares era formado por povoados, os mocambos (mukambo é esconderijo
no dialeto banto), Ganga Zumba sabia que um quilombo unido dificilmente seria vencido e procurou os líderes locais. Reuniu
os onze maiores mocambos em uma confederação e foi eleito comandante geral. E assim, iniciou-se o período mais próspero e
feliz da existência de Palmares. Porém para tentar acabar com as tentativas de invasão que não cessavam e que obrigavam os
habitantes de Palmares a viverem sempre na expectativa de uma guerra, Ganga Zumba, em 1678, decidiu negociar uma paz duradoura
com os brancos. Zumbi e a maioria do povo do quilombo não acreditaram na paz dos brancos. Foi a primeira
discórdia dentro do quilombo. E assim, Ganga Zumba, no dia 5 de fevereiro de 1678, acompanhado de 400 quilombolas, foi para
Recife e depois rumo a Cucaú onde, depois de conhecer o local onde se instalariam, percebeu que caíra numa armadilha.
Despediu-se de seus homens mandando-os e volta a Palmares e se matou tomando um licor envenenado.
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